terça-feira, 21 de junho de 2016

19 de maio de 2016

Quero fotografá-los várias vezes ao dia. Enquanto os observo, de olhos bem abertos, atenta às suas reações, à forma como interagem, quero fotografá-los, guardar para sempre alguns dos momentos que partilhamos.
Como esta semana, quando os vi abraçarem-se os dois mesmo à minha frente, um feliz por ter recebido o desenho de parabéns, o outro feliz por ter surpreendido o amigo. Um abraço tão carinhoso, tão sincero. E eu tão feliz a observá-los, a querer guardar aquela imagem em mim.
Como hoje quando atrás do palco, já prontos para entrar em cena, lhes perguntei se a minha franja estava bem e os ouvi a dizer que estava, "Como sempre", mas que a gola da camisa estava torta. E então dei por mim a ser arranjada por um deles, com aquelas mãozinhas ainda um pouco gorduchas a colocarem-me a gola da camisa para dentro da camisola. Entrei em palco sem saber bem o que dizer e quando voltei aos bastidores eram eles quem me aplaudia, uns erguendo os polegares, outros sorrindo.
Como no fim, enquanto cantavam em semicírculo a música de encerramento e eu me agachava atrás da cortina e os observava daquele meu cantinho - com as lágrimas a caírem umas atrás das outras. 
Quero fotografá-los com medo que a minha memória não seja suficiente para segurar em mim todos os momentos que passámos juntos.

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