quarta-feira, 28 de junho de 2017

28 de junho de 2017

Refugio-me aqui em dias como este. Arrumo-me aqui num cantinho que conheço, que me conhece já, enquanto as pessoas vão passando, falando, ficando.
Refugio-me aqui quando a ansiedade me apanha, quando me sei já a contar dias no calendário. Refugio-me aqui e observo as pessoas que já me conhecem pelo nome e pela bebida de sempre. E recordo as outras que comigo se sentaram aqui antes. Recordo-as e sei-me sensível, sei-me frágil.
Fujo dela todo o mês. Mas em dias como este, em que a ansiedade me apanha, refugio-me aqui e tento deixá-la. Em dias como este, em que me sei atenta. Em que me observo com mais atenção no espelho de todas as perspectivas. Em que procuro perceber se o meu olfato está mais apurado, mais sensível; se me dói ou não a cabeça; se quando cruzo os braços ainda me dói ou não o peito. Estou atenta. Estou atenta e ansiosa. 
E em dias como este refugio-me aqui e tento que ela passe por mim sem ficar.
Porque estes são os dias que me custam, os dias da contagem, os dias de sentidos alerta e nervos à flor da pele. Os dias em que ela me apanha.

1 comentário:

  1. Temos que ir a esse cantinho novamente que isto de estares a ir sempre só com ela não pode ser... <3

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