terça-feira, 15 de janeiro de 2013

14 de janeiro de 2013

Quando tudo se esgotar aqui o que irá sobrar em ti?
Tens pesado todos os prós e contras, analisado cada palavra, cada gesto (que procuras visualizar) e tentado perceber o porquê, o como, o para quê. Perguntas-te vezes sem conta se deves avançar. Respiras fundo, tentas ganhar calma e viver com ela - mas essa pessoa não és tu em alguma altura tens de regressar. E regressas, regressas vezes sem conta, mesmo quando tudo o que queres é fugir. Analisas cada detalhe enquanto avanças mas a pergunta ecoa em ti
Quando tudo se esgotar o que irá sobrar em ti?
Tentas fugir à questão. Olhas o teto e no seu branco são projetados todos os anos, todos os momentos, todas as memórias fotográficas do passado comum. Sorris pela união, pela partilha, pelos segredos. Puxas o despertados da prateleira acima da tua cabeça e vês os minutos a passar, os minutos que acabarão por se transformar em horas - em mais horas em que voltas ao que és.
Quando tudo se esgotar aqui o que irá sobrar em ti?
- Volto atrás. Quando tudo se esgotar eu volto atrás, volto ao ponto antes da partida.
Não voltas. Já passaste o ponto sem retorno. Tudo o que disseste, tudo o que deixaste sair do orgão abaixo da cabeça, embora repetidamente analisado pelo outro, já saiu, já foi partilhado - e não, não existe um delete que possas pressionar e é por isso que não há retorno. Por isso, quando tudo se esgotar aqui o que sobrará em ti não será nunca igual ao que tinhas à partida. É um ponto sem retorno.
Abres os olhos a meio da noite, vês projetados todos os anos e mexes-te impacientemente pelos minutos que passam, pelas horas dedicadas. Sabes que não há volta a dar.
Quando tudo se esgotar aqui nada sobrará para ti.

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