quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

2 de dezembro de 2015

Preciso disto. Preciso destas pausas só para mim. De me sentar a esta mesa e de me deixar ficar aqui, de mocca branco na mão, com extra dose de chocolate branco.
Sorrio quando os funcionários me cumprimentam usando o meu nome próprio e completam o meu pedido quando este ainda vai a meio. Sou uma pessoa de hábitos, de rotinas. Gosto das que são só minhas.
Gosto dos meus momentos, de quando eu sou apenas eu e não o eu professora, o eu mulher, o eu amiga, o eu das outras pessoas. Ser apenas eu sabe-me bem e preciso tanto disto. Sou melhor eu quando consigo sê-lo em silêncio, em sossego.
Sento-me aqui e os dedos começam de imediato a percorrer o teclado, como se precisassem deste momento. E precisam. Precisam tanto disto quanto eu. Mastigo ideias dias a fio à espera do tempo para me sentar aqui e as deixar sair. Preciso disto.
Nesta(s) mesa(s) escrevi os textos de que mais gosto. Escrevi sobre amores, sobre dores. Escrevi sobre perdas. Escrevi sobre alegrias e fiz balanços de uma vida. Hoje podia escrever sobre o medo dos dias em que estas pausas me fujam.

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